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“Reino das Pessoas Pequenas: Influenciadores de Viagem Oferecem Nova Oportunidade”

**PEQUIM, china – Um Novo Capítulo na Isenção de Vistos e Viagens Curiosas**

No final do ano passado, a china ampliou sua política de isenção de visto para cidadãos de Portugal, seguindo uma tendência que já se consolidou com diversos países da Europa e da região do Sudeste Asiático. Essa iniciativa visa não apenas fomentar o turismo, mas também estreitar laços culturais e comerciais com nações amistosas. Para Daniel Pinto, um influenciador digital conhecido como “travel creator”, essa decisão foi motivo de celebração. Ele planejou uma viagem de duas semanas e visitou locais exóticos e curiosos, incluindo o polêmico Reino das Pessoas Pequenas, um parque temático singular que tem atraído visitantes desde a sua inauguração, há 15 anos, nas montanhas próximas a Kunming, a capital da província de Yunnan, no sul da china.

Este parque se destaca como um espaço que abriga encenações e reproduz pequenas vilas, incluindo um cenário inspirado no Condado dos Hobbits, imortalizado na obra “O Senhor dos Anéis”. No entanto, sua notoriedade não é isenta de controvérsias; ao longo dos anos, a crítica ocidental rotulou o local de “zoológico humano”, uma expressão usada pelo porta-voz da organização Pequenas Pessoas da América em uma reportagem impactante em 2010. Gary Arnold levantou importantes questionamentos acerca da ética do parque e a dignidade dos artistas envolvidos.

Essa reputação negativa continuou a ser alimentada quando, no ano seguinte, o ator britânico Warwick Davis, conhecido por seus papéis em “Star Wars” e “Harry Potter”, descreveu o parque em um programa de televisão como um “freak show”, uma apresentação de aberrações. Apesar dessa perspectiva crítica, Daniel Pinto considera o Reino das Pessoas Pequenas como “o parque de diversões mais controverso do mundo”. Ele reconhece que a instituição oferece uma fonte de emprego para muitos que, de outra forma, não teriam oportunidades. Essa visão encontrou eco nos comentários de internautas que, ao assistirem ao vídeo de Pinto, se perguntam: “Se isso gera trabalho para eles e há satisfação, quem somos nós para julgar?”

Após algumas semanas desde sua visita, Pinto reflete sobre a complexidade do lugar. Ele avisa que sua intenção ao visitar o parque não era criticar, mas sim documentar a experiência, permitindo que o público tire suas próprias conclusões sobre o que observa. Por sua vez, o fotógrafo italiano Fabio Nodari visitou o parque com um objetivo similar, buscando explorar a vida e as histórias dos cerca de 150 anões que ali residem. Em sua jornada, Nodari tentou responder à pergunta: “Como é fazer parte desta comunidade?”.

Durante a sua visita, Nodari teve a oportunidade de ouvir histórias que ilustram as vivências compartilhadas entre os funcionários do parque. Ele conheceu Song Song, que relembrou seu primeiro encontro com o marido Anzi em 2013. “Éramos novos artistas e conseguimos nos conectar rapidamente, talvez por compreendermos as dificuldades um do outro. A vida fora pode ser solitária e, frequentemente, somos alvos de olhares e comentários maldosos,” ela compartilhou. O casal se casou em 2015, e sua narrativa reflete os desafios enfrentados pela comunidade.

Além de Song Song e Anzi, outros funcionários também compartilharam suas histórias, que muitas vezes giram em torno do isolamento social e de questões de saúde, até encontrarem no parque o que Nodari descreve como um “refúgio”. O fotógrafo foi convidado a conhecer os dormitórios onde cerca de 90 trabalhadores moram e teve a chance de almoçar com Ceng Ceng e Xiao Pang, que o receberam de braços abertos com dumplings recém-preparados.

Em uma reflexão final, Nodari escreveu: “Não me entendam mal, o parque está longe de ser um lugar perfeito, mas eu estaria mentindo se dissesse que minha experiência foi negativa”. Ele observou que, apesar das críticas, há uma humanidade latente que merece ser reconhecida.

Daniel Pinto, por sua vez, destacou o impacto que as redes sociais têm gerado nas narrativas de turismo. Para ele, essas plataformas tornaram-se “a versão moderna da literatura de viagem”, disponibilizando dicas, conselhos e histórias de forma acessível. Essa transformação tem o potencial de inspirar viajantes de todas as partes do mundo, promovendo um intercâmbio cultural rico e significativo que revela uma nova maneira de vivenciarmos e compartilharmos as experiências de viagem globais.

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