Saúde

Vittude impacta mais de 3,5 milhões em 4 anos e busca breakeven com soluções B2B em saúde mental

A partir de maio de 2025, as empresas brasileiras precisam se adaptar à nova realidade do gerenciamento de riscos ocupacionais, que agora inclui as preocupações relativas aos riscos psicossociais. Essa atualização está presente na revisão da Norma Regulamentadora Nº1 (NR-1) e reflete a crescente preocupação com a saúde mental dos colaboradores, especialmente em resposta ao aumento de casos de absenteísmo, alta rotatividade de funcionários e afastamentos ligados a questões de saúde mental. Com isso, as organizações são desafiadas a reavaliar suas práticas e incorporar estratégias que abordem esses novos desafios.

A NR-1 demonstra claramente que os riscos no ambiente de trabalho não se limitam mais apenas a aspectos físicos; eles englobam também os aspectos psicológicos e emocionais. Estimativas indicam que as perdas financeiras geradas pela falta de atenção a esses riscos podem alcançar impressionantes R$ 400 bilhões anualmente. Diante desse panorama, observa-se o surgimento de um novo mercado voltado para soluções de saúde mental, o que abre portas para inovações e modelos de negócios focados no bem-estar dos funcionários.

Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude, destaca a relevância dessa mudança: “Entramos em uma fase de expansão, ou até mesmo no nascimento desse mercado. A NR-1 é clara: as empresas deverão medir os riscos, desenvolver planos de ação e implementar medidas de controle efetivas”. Atendendo a grandes corporações como Grupo Boticário, Sodexo e Ipiranga, a Vittude já impactou a vida de mais de 3,5 milhões de pessoas, posicionando-se como um protagonista nesse movimento em evolução e prevendo um ponto de equilíbrio financeiro (breakeven) em janeiro de 2025.

Originalmente, a Vittude operava como um marketplace B2C para facilitar consultas com psicólogos. Contudo, a pivô de seu modelo de negócios ocorreu em 2018, consolidando-se em 2020, atraindo assim investimentos superiores a R$ 40 milhões de fundos renomados. O novo modelo proposto por Tatiana é dividido em quatro áreas-chave: Diagnóstico, Educação, clínica e inteligência. Essa estrutura abrangente permite uma abordagem holística à saúde mental nas empresas.

Os diagnósticos são realizados anualmente e baseiam-se em projetos específicos. Através deles, as organizações podem obter censos de saúde mental, identificando riscos e desenvolvendo medidas de controle conforme exigido pela NR-1. Essa análise é fundamental para garantir um ambiente de trabalho saudável e promover o bem-estar dos colaboradores. No âmbito da inteligência, a Vittude disponibiliza o Vittude Insights, um software de gestão e análise de dados que compila informações cruciais sobre os colaboradores e suas interações com os serviços de saúde mental.

Por exemplo, um cliente que realiza um mapeamento pode descobrir que 15% de seus colaboradores estão em risco severo. A partir dessa informação, é possível identificar quem está utilizando o plano de saúde ou a Vittude, permitindo que a empresa tome decisões informadas para reduzir o absenteísmo e melhorar a eficiência operacional. No pilar de Educação, a Vittude desenvolve projetos voltados à promoção de uma cultura organizacional que prioriza a saúde mental, realizando treinamentos e formações que aprimoram habilidades como empatia e comunicação não violenta.

A Vittude também mantém seu marketplace, que continua a facilitar o acesso a consultas de terapia e psiquiatria. Esse recurso é essencial para os colaboradores que precisam de suporte identificados durante os diagnósticos, garantindo que possam receber a atenção necessária para suas necessidades de saúde mental.

O aumento da conscientização sobre a saúde mental das equipes foi impulsionado ser ainda mais visível após a pandemia de Covid-19. Durante esse período crítico, as empresas se viram pressionadas a investir em saúde mental, embora muitos tenham enfrentado dificuldades em manter essas iniciativas após o fim da crise. Tatiana enfatiza que o investimento em saúde mental deve ser encarado não apenas como uma exigência legal, mas como uma estratégia que afeta diretamente a sustentabilidade do negócio.

“Temos clientes que experimentaram um retorno sobre investimento (ROI) de 6 a 7 vezes. Um exemplo notável é o caso da Thomson Reuters, que conseguiu reduzir em 60% seus custos com absenteísmo no primeiro ano de parceria”, afirma Tatiana. Essa abordagem focada nos resultados, com ênfase em indicadores como produtividade e turnover, será crucial para o crescimento das empresas que adotam práticas de saúde mental de forma estratégica.

À medida que 2025 se aproxima, a expectativa é de que a demanda por soluções de saúde mental cresça substancialmente. A Vittude, que já começou a gerar caixa, está se preparando para expandir suas operações e rentabilidade após o breakeven previsto. Tatiana antecipa potencialmente fusões e aquisições, ampliando a atuação da empresa no mercado.

“Hoje, apenas 4% das empresas no Brasil estruturam programas de saúde mental de forma estratégica. Nossa missão é apoiar essas organizações nessa jornada de transformação. Integrar a saúde mental como uma prioridade não é apenas uma questão de conformidade legal, mas sim uma abordagem que enriquece as pessoas e fortalece as empresas”, conclui.

Assim, o novo marco trazido pela NR-1 não apenas abre caminho para inovações empresariais, mas também destaca a importância do cuidado com o bem-estar mental dos colaboradores como um pilar essencial para o sucesso a longo prazo das organizações.

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