Saúde

Trump se Retira do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, Revela Documento da Casa Branca

Na última segunda-feira (20), a Casa Branca divulgou que o presidente dos Estados Unidos, Donald trump, decidiu retirar mais uma vez o país do Acordo climático de Paris, marcando a saída do maior emissor histórico de carbono do mundo dos esforços globais para mitigar as mudanças climáticas pela segunda vez em dez anos. Essa decisão torna os Estados Unidos, ao lado de países como Irã, Líbia e Iémen, os únicos a não estarem mais vinculados ao pacto de 2015. O acordo estabeleceu metas claras para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, ação vital para evitar os impactos mais severos das mudanças climáticas.

O comunicado da Casa Branca reflete o contínuo ceticismo de trump em relação às questões climáticas, as quais ele já chamou de “farsa”, adequando-se, assim, à sua agenda mais ampla voltada para desregulamentar o setor de petróleo e gás nos Estados Unidos. Essa estratégia visa maximizar a produção e explorar as vastas reservas energéticas do país. Atualmente, os Estados Unidos são o maior produtor mundial de petróleo e gás natural, resultado de anos de expansão na perfuração em estados como Texas e Novo México, impulsionada por inovações tecnológicas como o fracking e pela alta nos preços globais, especialmente após a invasão da Ucrânia pela rússia.

Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que trump retira os Estados Unidos do Acordo de Paris. Durante seu primeiro mandato, a saída foi um processo demorado que acabou sendo rapidamente revertido pela administração Biden em 2021. No entanto, a retirada atual promete ser mais rápida, com apenas um ano necessário para que a saída se concretize, uma vez que trump não estará mais sujeito ao compromisso inicial de três anos estabelecido pelo acordo.

Especialistas em políticas climáticas, como Paul Watkinson, um ex-negociador climático da frança, advertiram que a atual retirada pode ser ainda mais prejudicial para os esforços globais de combate ao aquecimento global. Os Estados Unidos ocupam atualmente a segunda posição entre os maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta, logo atrás da china, e sua saída do Acordo de Paris pode comprometer seriamente as ambições internacionais para reduzir essas emissões. “O desafio é maior desta vez, pois estamos em um estágio de implementação, enfrentando escolhas concretas”, destacou Watkinson.

As projeções atuais indicam que o mundo pode estar a caminho de um aumento da temperatura de mais de 3 graus Celsius até o final do século, conforme um recente relatório das Nações Unidas. Esse nível de aquecimento é alarmante, pois poderia desencadear consequências devastadoras, como o aumento do nível do mar, ondas de calor extremas e tempestades destrutivas. As nações já enfrentam dificuldades em realizar cortes drásticos nas emissões necessárias para conter essa elevação, especialmente em um contexto global marcado por conflitos armados, tensões políticas e orçamentos governamentais restritos, o que tem deslocado as mudanças climáticas para uma posição secundária nas prioridades mundiais.

A postura de trump difere significativamente da do ex-presidente Joe Biden, que buscava uma liderança dos EUA nos esforços climáticos globais. Biden tinha como objetivo incentivar uma transição para fontes de energia renováveis, utilizando uma combinação de subsídios e regulamentações para facilitar essa mudança. Em contraste, trump planeja reverter essas políticas e desmantelar os subsídios, argumentando que pode impulsionar o crescimento econômico e fortalecer o orçamento do país, ao mesmo tempo em que assegura um ar e água limpos para os cidadãos americanos.

Além disso, a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris levanta preocupações sobre a competitividade do país em relação à china em setores emergentes de energia limpa, como energia solar e veículos elétricos. Li Shuo, especialista em diplomacia climática, enfatizou que essa decisão pode transformar os desdobramentos climáticos em uma desvantagem competitiva para os EUA, que correm o risco de ficarem para trás enquanto a china avança no mercado global de tecnologias sustentáveis. A primazia econômica nessa área não é apenas uma questão de recuperação industrial, mas também um elemento fundamental na luta contra as transformações climáticas que afetam o mundo.

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