Saúde

“Trauma Raquimedular no Verão: Dr. Rogério Vargas Orienta sobre o Crescente Número de Lesões na Medula Espinhal e Como Se Proteger”

**verão: Atrações e Riscos do Trauma Raquimedular**

O verão é uma estação repleta de oportunidades para aproveitar os dias ensolarados, relaxar em praias e piscinas, e se divertir com atividades ao ar livre. Entretanto, essa mesma época do ano traz consigo um alerta importante: o aumento significativo dos casos de Trauma Raquimedular (TRM). Essa condição, que envolve lesões na medula espinhal, pode resultar em consequências severas e muitas vezes irreversíveis, como paraplegia ou tetraplegia. O Dr. Rogério Vargas, um renomado médico ortopedista especializado em cirurgia da coluna e membro ativo da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), busca conscientizar a população sobre os riscos associados a esse tipo de acidente, os fatores que contribuem para sua ocorrência e as melhores estratégias para prevenção.

O que exatamente é o Trauma Raquimedular? Essa patologia refere-se a lesões na medula espinhal, que podem resultar em perda de movimento, diminuição da sensibilidade e até falhas em funções corporais essenciais, como o controle da bexiga e intestinos. O Dr. Rogério destaca que o TRM é considerado uma emergência médica, dado que o tratamento rápido pode influenciar diretamente na gravidade das sequelas e, consequentemente, na qualidade de vida dos pacientes afetados.

Os principais causadores dessa lesão incluem acidentes de trânsito, quedas, ferimentos por armas de fogo, e, particularmente, durante o verão, mergulhos em águas rasas e a prática de esportes radicais. “Esses incidentes podem levar a uma perda significativa da mobilidade, condição que altera drasticamente a vida do indivíduo”, explica o especialista.

**Por que o verão é um período de atenção especial?**

Durante os meses mais quentes, a incidência de TRM aumenta consideravelmente. Isso se deve ao engajamento mais intenso em atividades recreativas ao ar livre, como mergulhos em rios e cachoeiras, além de esportes aquáticos e brincadeiras que podem ser perigosas. “O aumento nos casos de trauma raquimedular é proporcional ao número de pessoas se aventurando em situações de risco“, ressalta o Dr. Rogério.

Um exemplo impactante é o do autor Marcelo Rubens Paiva, que em 1979, após mergulhar em um lago raso, sofreu um TRM que o deixou tetraplégico. Sua experiência o motivou a escrever “Feliz Ano Velho”, uma obra autobiográfica que discute sua vida antes e depois do acidente, abordando temas como superação e adaptação.

**Atividades de risco no verão**

O Dr. Rogério elenca as principais atividades que podem levar a um TRM durante o verão:

– **Mergulhos em águas rasas:** A falsa sensação de segurança ao pular em locais desconhecidos pode ser mortal.

– **Esportes aquáticos:** Práticas como surf, wakeboard e kitesurf estão associadas a riscos substanciais de quedas.

– **Saltos de alturas:** acidentes em cachoeiras e de pontes são frequentemente registrados.

– **Brincadeiras em piscinas:** Empurrões e saltos descontrolados podem resultar em lesões graves.

Uma queda em águas rasas pode ter efeitos devastadores, afetando principalmente a região cervical da coluna, o que muitas vezes resulta em danos permanentes.

**Como evitar o Trauma Raquimedular?**

A melhor abordagem para prevenir o TRM é a educação sobre segurança. O Dr. Rogério disponibiliza algumas recomendações práticas:

– **Verificação da profundidade da água:** Nunca mergulhe antes de averiguar se a profundidade é segura e se há obstáculos submersos.

– **Uso de equipamentos de proteção:** Coletes salva-vidas e capacetes são essenciais durante a prática de esportes aquáticos e atividades radicais.

– **Evitar saltos perigosos:** Não pule de locais elevados sem conhecer a área previamente.

– **Foco na segurança em piscinas:** Evite brincadeiras arriscadas, como empurrões e saltos que podem levar a quedas.

– **Rejeitar o consumo de álcool:** O uso de bebidas alcoólicas antes de atividades aquáticas prejudica os reflexos e a percepção de riscos.

“O uso de equipamentos de proteção adequados é essencial para diminuir o risco de TRM. Por exemplo, os capacetes podem prevenir lesões na cabeça e fraturas na coluna, enquanto os coletes salva-vidas ajudam a manter a flutuação e evitam afogamentos”, aconselha o especialista.

**Diagnóstico e Tratamento do Trauma Raquimedular**

O diagnóstico de uma lesão na medula espinhal normalmente é realizado através de avaliações clínicas detalhadas e exames de imagem, como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas. Os primeiros sintomas podem incluir fraqueza nos membros, dormência e dificuldades respiratórias. “Realizar exames é crucial para entender a extensão da lesão e detectar possíveis fraturas ou compressões”, explica o Dr. Rogério.

O tratamento do TRM pode variar, envolvendo desde intervenções cirúrgicas para estabilizar a coluna até o uso de medicamentos para reduzir inflamações e sessões de fisioterapia visando reabilitação. O tempo de recuperação pode ser extenso, variando de meses a anos. Em casos de lesões completas, a recuperação total da mobilidade pode ser inviável. Contudo, as inovações na medicina regenerativa e na utilização de exoesqueletos robóticos têm trazido esperanças renovadas para melhorar a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes.

**Impacto social e econômico do TRM**

Viver com resultado de um trauma raquimedular pode ser desafiador. Além dos obstáculos físicos e emocionais, o custo do tratamento pode facilmente ultrapassar R$ 500 mil nos anos que se seguem ao acidente. “O sistema de saúde, especialmente durante o verão, é sobrecarregado com a demanda crescentes de atendimentos relacionados a esses casos. Por isso, campanhas de conscientização e ações preventivas são fundamentais para mitigar a recorrência desses eventos”, conclui o Dr. Rogério.

Portanto, enquanto você desfruta das atividades de verão, lembre-se sempre da importância da segurança. A prevenção é, sem dúvida, a chave para evitar traumas graves e garantir que o verão continue sendo uma época de alegria e diversão.

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