Suspeito de Homicídio de CEO de Seguradora em NY Relata Dores Crônicas nas Costas, Afirmam Colegas

**PELOTAS, RS – Investigações em Andamento no Caso do CEO da United Healthcare**
As autoridades norte-americanas continuam a investigar a trajetória de Luigi Mangione, um jovem de 26 anos que é o principal suspeito de assassinar a tiros o CEO da United Healthcare, Brian Thompson, no dia 4 de dezembro. A busca por respostas sobre as possíveis motivações deste crime brutal envolve diversos aspectos da vida de Mangione e suas interações recentes.
Na última segunda-feira (9), Mangione foi detido na Pensilvânia e, durante sua prisão, os policiais descobriram que ele possuía documentos falsificados, uma arma de fogo não recuperada e um silenciador. Além disso, encontraram um manuscrito de três páginas que, segundo a polícia, indica que ele nutria “má vontade em relação à cultura corporativa americana”. Essa informação levanta questões sobre o que poderia ter levado Mangione a cometer um ato tão extremo.
Fontes de veículos de comunicação nos Estados Unidos revelaram que o suspeito enfrentava problemas de saúde, em especial dores crônicas nas costas, e havia se isolado de amigos nos últimos seis meses. O jornal The Wall Street Journal destaca que o perfil de Mangione na plataforma Goodreads, voltada para amantes da leitura, mostrava interesse em obras que tratam sobre questões de dor lombar. Josiah Ryan, porta-voz de um co-housing no Havaí onde Mangione morou em 2022, comentou que as dores que ele sentia impactavam significativamente sua vida cotidiana.
Conforme Ryan relatou, Mangione havia mencionado a seus colegas de moradia que planejava retornar ao continente para submeter-se a uma cirurgia nas costas. No fim do mesmo ano, ele enviou fotos de exames de raio-X da coluna, o que sugere que seu estado de saúde era um tema constantemente presente em suas interações. O porta-voz da comunidade revelou que manteve comunicação com Mangione até que, de repente, ele parou de responder mensagens cerca de seis meses atrás, um sinal claro de seu crescente isolamento.
R.J. Martin, um ex-colega que conviveu com Mangione durante sua estadia no Havaí, compartilhou que o jovem engenheiro confidenciou ter dificuldades em formar relacionamentos pessoais. Segundo Martin, Mangione acreditava que seu problema de saúde o impedia de estabelecer uma vida amorosa satisfatória, um reflexo do impacto que sua condição teve em sua autoimagem e nas suas interações sociais.
A vida digital de Mangione também cria um retrato intrigante de seu estado mental. Ele mantinha perfis ativos em plataformas como X, Instagram e LinkedIn. No Instagram, suas postagens geralmente mostravam momentos com amigos e familiares. Contudo, em suas mensagens recentes no X, o conteúdo começou a adotar um tom mais reflexivo, abordando temas como saúde mental e a importância da atividade física. Seu perfil na mesma plataforma continha uma foto de um raio-X, que pode simbolizar sua luta pessoal com a dor.
De acordo com reportagens do New York Times, o fato de Mangione ter passado seis meses sem contato com seus amigos deve ser uma linha de investigação significativa para as autoridades, pois pode contribuir para esclarecer a conexão entre seu comportamento e a tragédia ocorrida. O histórico das suas postagens revela um padrão de interesse por autoaperfeiçoamento, alimentação saudável e tecnologia. Curiosamente, ele também fez uma resenha do manifesto do Unabomber, um notório terrorista americano, o que levanta ainda mais perguntas sobre sua saúde mental.
As únicas pistas deixadas na cena do crime que podem oferecer insights sobre a motivação de Mangione foram as cápsulas de bala encontradas no local. Autoridades identificaram que algumas delas tinham as palavras “atrasar”, “negar” e “depor” escritas. Essas palavras podem sugerir uma mensagem relacionada ao conceito de “Delay, Deny, Defend”, título de um livro que aborda como as seguradoras de saúde muitas vezes buscam evitar o pagamento das reivindicações feitas por pacientes. Escrito por Jay M. Feinman, professor emérito da Rutgers Law School, o livro foi publicado em 2010 e parece ressoar com o descontentamento que Mangione sentia em relação à estrutura corporativa.
À medida que as autoridades aprofundam a investigação, os detalhes da vida de Luigi Mangione, suas dores físicas, sua desconexão social e suas crenças pessoais continuam a emergir, podendo fornecer um contexto crucial para entender não apenas o crime em questão, mas também a complexidade do indivíduo que pode ter se sentido compelido a cometer tal ato.