Estilo de Vida

“Por que Assistir aos Tênis Veteranos É Imperativo: Deixe de Lado a Nova Geração por um Momento”

Ao encerrar mais um ano, estabeleci algumas resoluções para aprimorar minha saúde, como comer de forma mais saudável e me exercitar com mais frequência. Uma promessa que fiz a mim mesmo foi dedicar um tempo para apreciar os jogos dos veteranos do tênis, além das concorridas partidas das novas promessas e estrelas dos torneios, que ainda mantém a energia necessária para correr atrás de cada bola. Estou me referindo aos jogadores que, sabemos, estão se aproximando da aposentadoria, aqueles que aprenderam a economizar a energia durante os pontos, demonstrando paciência nas longas e intensas trocas de bola.

Essa decisão é clara e justificada. Em breve, teremos que nos despedir do estilo sofisticado do suíço Stan Wawrinka, da extraordinária força mental do sérvio Novak Djokovic e das jogadas acrobáticas do francês Gael Monfils – todos eles se aproximando da casa dos 40 anos e, sem dúvida, deixando saudades nas quadras. Recentemente, Djokovic, que se recupera de uma lesão, confirmou sua participação no ATP 500 de Doha, marcado para começar em 17 de fevereiro, e Monfils estará presente também. Wawrinka, por sua vez, enfrenta um momento complicado em sua carreira, dependendo de convites para participar dos principais torneios devido ao seu posicionamento no ranking.

Djokovic, indiscutivelmente, busca acrescentar mais um título ao seu impressionante currículo. Embora nenhum dos três jogadores esteja mais em seu auge, Djokovic, atualmente ocupando a sétima posição no ranking, mesmo sendo uma colocação alta para a maioria dos tenistas, é considerada baixa para um atleta do seu calibre. Ele é uma lenda do tênis masculino e detém o impressionante recorde de 24 títulos de Grand Slam, fazendo parte do grupo conhecido como Big Three, que, para muitos, inclui os maiores de todos os tempos (GOAT) no esporte.

O sérvio é, possivelmente, o único dos veteranos que ainda nutre sonhos de conquistar mais troféus nas quadras, almejando encerrar sua carreira em grande estilo. Ele deseja angariar o simbolismo de alcançar 100 títulos, um marco que significaria mais glórias em sua já lendária trajetória. Para isso, precisaria vencer quatro campeonatos, uma tarefa desafiadora. No ano passado, ele competiu em 12 torneios, mas conseguiu conquistar apenas um título, na disputada final olímpica. Para este ano, as expectativas não são tão altas, já que ele abandonou o Australian Open após a semifinal contra Alexander Zverev devido a uma lesão na coxa esquerda.

Por essa razão, não pretendo perder nenhum jogo do sérvio – cada partida pode ser a última dele. O mesmo se aplica a Monfils, que atualmente ocupa a 33ª colocação no ranking. O francês é reconhecido por seu estilo carismático nas quadras, lembrando o talento inato e a alegria que Ronaldinho Gaúcho trouxe ao futebol, embora sua trajetória vitoriosa seja menos gloriosa.

Monfils, por sua vez, compartilhou em uma coletiva sua visão sobre triunfar no tênis: “Vencer? Não, esse não é meu sonho. O tênis é divertido, mas meu sonho é envelhecer cercado de filhos.” Sua filosofia de vida destaca que seus maiores sonhos estão fora das quadras.

Wawrinka, atualmente classificado abaixo da 150ª posição, é um exemplo de superação na era dos Big Three. Ele não apenas conquistou um título de Grand Slam, mas três, um feito notável. Nos confrontos diretos com Djokovic, ele acumula uma desvantagem de 21 a 6, mas surpreendeu ao derrotá-lo nas finais de Roland Garros de 2015 e no US Open de 2016.

Famoso pelo seu excelente backhand de uma mão, Wawrinka conquistou o título de Roland Garros em 2017 ao vencer Nadal em sua superfície favorita. Apesar de seu sucesso, ele se considera um passo atrás de Andy Murray, que também possui três títulos de Grand Slam e faz parte da mesma era. Wawrinka admira Federer como um irmão mais velho e reconhece a sorte de ter coexistido com os três gigantes do tênis, destacando que aprendeu muito com eles ao longo dos anos.

Embora sua carreira tenha sido marcada por altos e baixos, é difícil não reconhecer sua trajetória. Com 31 finais disputadas, Wawrinka conquistou 16 títulos, simbolizando sua força como competidor. Embora eu tenha plena confiança de que novos talentos como Carlos Alcaraz e Jannik Sinner se destacarão no futuro, sentirei imensa falta do sublime backhand de uma mão de Wawrinka, que representa a elegância e a arte do tênis.

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