“Pesquisadores Revelam Causas do Cansaço na Menopausa: Entenda as Descobertas”

O sangramento menstrual intenso ou prolongado afeta aproximadamente 33% das pessoas que estão na fase de transição para a menopausa, um período que pode ser marcado por diversas alterações hormonais e emocionais. Essa condição, frequentemente classificada como sangramento uterino anormal, ocorre quando há sangramento vaginal que se destaca pela quantidade, duração ou frequência excessiva, seja durante o ciclo menstrual ou entre os períodos menstruais. Apesar de ser uma experiência compartilhada por muitas, a escassez de pesquisas sobre a relação entre o sangramento intenso e outros sintomas associados à menopausa é alarmante, conforme apontam os pesquisadores em um recente estudo publicado na revista Menopause.
O estudo em questão revelou que mulheres que relataram três ou mais episódios de sangramento menstrual intenso ou prolongado em um intervalo de seis meses apresentaram uma relação significativa com sintomas de fadiga. Esta constatação não apenas destaca a necessidade de um maior entendimento sobre o impacto do sangramento excessivo na qualidade de vida, mas também levanta questões sobre a falta de diálogo e pesquisa científica a respeito desse tema. De acordo com Siobán Harlow, uma das principais autoras da pesquisa, a menstruação ainda é cercada de tabus que impedem discussões abertas, limitando o conhecimento das mulheres sobre o que pode ser considerado normal durante essa transição.
A perimenopausa, a fase anterior à menopausa que pode ocorrer de três a dez anos antes de a mulher entrar na menopausa propriamente dita, é caracterizada por uma queda gradual da função dos ovários e flutuações nos níveis hormonais, como estrogênio e progesterona. Essas mudanças hormonais podem provocar ciclos menstruais irregulares, alterações de humor e até quadros de depressão, dificuldades que muitas mulheres enfrentam durante esse período desafiador. A pesquisa revisou dados de 2.329 mulheres com idade média de 47 anos, que marcaram sua participação no Estudo da Saúde das Mulheres Através da Nação. Durante até 10 anos, elas registraram suas experiências com sangramentos menstruais e relataram seu estado de vitalidade e fadiga por meio de questionários.
Complicações do sangramento intenso
Os critérios para classificar o sangramento como intenso envolvem a necessidade de troca de produtos menstruais a cada uma ou duas horas durante um período prolongado. O sangramento prolongado, por sua vez, é definido como aquele que dura mais de oito dias. Os resultados mostraram que mulheres que vivenciaram três ou mais episódios de sangramento intenso tiveram 62% mais chances de relatá-lo como um fator de cansaço e 44% mais probabilidade de se sentirem esgotadas. O estudo também evidenciou que esses relatos de sangramentos prolongados podem estar diretamente associados a uma diminuição de 32% nas chances de se sentirem dispostas.
Esse panorama leva a uma importante reflexão sobre o que pode estar por trás da fadiga associada ao sangramento intenso. Embora a anemia ferropriva, resultante da perda de sangue, seja uma causa bem reconhecida de cansaço, a questão não se limita apenas à deficiência de ferro. Fatores como distúrbios do sono, que podem surgir devido a frequentes idas ao banheiro por causa do sangramento, e problemas relacionados ao sono, como a síndrome das pernas inquietas, também devem ser considerados.
Harlow sugere que os médicos devem perguntar ativamente sobre o sangramento menstrual irregular quando as pacientes cometem queixas de fadiga, destacando a importância de investigar possíveis deficiências nutricionais, como a anemia, que podem agravar os sintomas de cansaço. A triagem sistemática para sangramentos intensos durante a transição para a menopausa é recomendada, mesmo antes que as mulheres relatem sintomas de fadiga.
Os tratamentos disponíveis para sangramento menstrual excessivo variam desde medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como naproxeno e ibuprofeno, até anticoncepcionais, que podem reduzir o fluxo menstrual em até 30%. Para casos mais severos, dispositivos intrauterinos hormonais são uma opção eficaz, podendo diminuir o sangramento de 79% a 98%. Diagnosticar e tratar sangramentos anormais não é apenas importante para prevenir a fadiga; pode também ser um sinal crucial de alerta para condições mais sérias, como câncer.
É fundamental que o tema do sangramento menstrual seja abordado não apenas na esfera privada, mas também na pesquisa científica, visto que atravessa a vida de metade da população e impacta diretamente sua qualidade de vida. Concluindo, a investigação contínua e aberta sobre o sangramento menstrual e suas consequências é essencial para garantir que as mulheres recebam o suporte e o atendimento adequados durante essa fase de transição na vida reprodutiva.