Saúde

Número de mortos por incêndios em Los Angeles atinge 5 vítimas

Incêndios florestais devastadores estão atingindo comunidades ao redor de Los Angeles, na costa oeste dos Estados Unidos, resultando na morte de pelo menos cinco pessoas, várias feridas e forçando a evacuação de dezenas de milhares de residentes, conforme informaram autoridades nesta quarta-feira, 8 de novembro. A preocupação das equipes de resgate é que o número de fatalidades pode aumentar à medida que as buscas nas áreas afetadas progridem.

O xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, detalhou à prensa que, inicialmente, foram registradas duas mortes, mas esse número subiu para cinco à medida que as equipes de emergência avançavam nas operações de resgate e combate ao fogo. “Estou rezando para que não encontremos mais vítimas, mas a situação indica o contrário”, destacou Luna.

Os incêndios mais severos incidiam sobre o chamado incêndio Eaton, localizado em Altadena, um subúrbio ao norte de Los Angeles, onde as chamas já devastaram mais de 4.280 hectares. Nas últimas 24 horas, diversos incêndios foram iniciados na região, amplificados por ventos fortes, criando condições perigosas e desafiadoras para os brigadistas.

O primeiro incêndio teve início na manhã de terça-feira em Pacific Palisades, um subúrbio luxuoso frequentemente visitado por celebridades e personalidades da indústria cinematográfica. As chamas atingiram mais de mil estruturas e se alastraram por cerca de 6.390 hectares, segundo informações de autoridades locais, que relataram o esforço incansável de centenas de bombeiros trabalhando tanto no combate aéreo como no solo.

A intensidade das chamas, exacerbada por rajadas de vento que se intensificaram durante a noite, levou a cidade de Los Angeles a enfrentar um verdadeiro estado de emergência. Outras áreas próximas também foram colocadas sob ordens de evacuação, aumentando ainda mais o número de cidadãos em situação de vulnerabilidade. “Esses incêndios estão colocando os serviços de emergência à beira do colapso”, declarou Kristin Cowley, porta-voz do departamento de bombeiros.

A situação se agrava com a falta de energia elétrica, afetando mais de um milhão e meio de pessoas no sul da califórnia, dificultando a comunicação e a coordenação dos esforços de emergência. A cidade, ao amanhecer, apresentava uma atmosfera apocalíptica, encoberta por nuvens de fumaça e cinzas, com árvores caídas e palmeiras destruídas devido à força dos ventos.

Juntamente com a devastação ambiental, o impacto dos incêndios está superando os recursos disponíveis. Hidrantes secaram durante os esforços de contenção, levando o Serviço de Água e Eletricidade de Los Angeles a solicitar que os cidadãos economizassem água.

O avanço do incêndio provocou cenas de desespero entre os moradores, levando muitos a entrarem em “modo pânico”. “Quando vi o brilho do fogo na montanha, sabia que era hora de partir”, relatou Sarahlee Stevens-Shippen, uma encanadora aposentada de Santa Mônica, que observou as chamas devastando Pacific Palisades. “Estamos apenas focando em pegar o que é necessário e sair, a prioridade é a nossa segurança.”

O fechamento de várias escolas e o bloqueio de vias importantes em Los Angeles são reflexos do caos provocado pelos incêndios. De acordo com informações recentes, inclusive o Getty Villa, um renomado centro de arte, enfrentou ameaças de incêndio, embora a instituição tenha garantido sua segurança em um comunicado.

As chamas foram acirradas por um clima de baixa umidade e pela presença dos ventos de Santa Ana, que são comuns nesta época do ano na califórnia, criando um cenário propício para a propagação do fogo. As autoridades meteorológicas alertaram sobre a continuidade de condições climáticas adversas, com ventos atingindo velocidades entre 70 e 145 km/h.

Os incêndios florestais são uma ocorrência regular na região oeste dos Estados Unidos, desempenhando um papel significativo no ecossistema local. No entanto, os efeitos das mudanças climáticas agrícolas pela atividade humana estão resultando em padrões climáticos extremos, que intensificam a gravidade e a frequência das calamidades. Após dois invernos úmidos que favoreceram a vegetação, o atual inverno se apresenta seco, exacerbando a situação.

Os cientistas advertem que a combinação de falta de chuva, temperaturas anômalas e secas prolongadas se traduz em um cenário mais perigoso do que nunca. Estados vizinhos estão oferecendo suporte no combate aos incêndios, e o governo federal disponibilizou recursos adicionais para auxiliar nos esforços de contenção.

Neste cenário alarmante, a califórnia e suas comunidades se encontram em um momento crítico, lidando com a devastação dos incêndios e as graves consequências das mudanças climáticas que, indiscutivelmente, estão moldando um futuro cada vez mais preocupante para a região.

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