“Mateus Solano Apresenta ‘O Figurante’: Estreia do Seu Primeiro Monólogo no Teatro”

Em “O Figurante”, o renomado ator Mateus Solano dá um passo audacioso em sua carreira, apresentando um monólogo envolvente que desafia não apenas suas capacidades artísticas, mas também as expectativas do público durante o espetáculo. Desde o dia 13 até 15 de dezembro, o Teatro Royal Tulip, em Brasília, será o palco deste projeto intrigante, que promete explorar a profundidade da condição humana. Os ingressos podem ser adquiridos com facilidade pelo Sympla.
A peça, uma comédia dramática que coloca em evidência questões de invisibilidade social e profissional, marca um momento significativo na trajetória de um ator que já conquistou o reconhecimento tanto no teatro quanto na televisão. A narrativa gira em torno de Augusto, um figurante veterano no mundo do audiovisual, cuja rotina, marcada pela monotonia, passa a ser questionada. Em meio ao vazio do anonimato e à busca incessante por um propósito, Augusto se vê refletindo sobre a função que cada um desempenha na sociedade. “Criamos histórias como uma forma de sobrevivência, mas, na correria para sermos aceitos, frequentemente esquecemos quem realmente somos”, comenta Mateus Solano, destacando a universalidade do dilema entre ser protagonista ou figurante da própria vida.
“O Figurante” vai além de uma mera representação teatral; é uma reflexão profunda que instiga a plateia a pensar sobre o que significa ser o arquétipo da própria história. Para Mateus, interpretar Augusto se apresenta como um desafio, mas também como uma oportunidade reveladora. “A temática da invisibilidade que permeia a peça não é exclusiva a mim; ela ressoa em muitos de nós. Quem nunca se sentiu como se estivesse vivendo uma vida que não lhe pertencia?”, provoca o ator. Suas palavras convidam o público a abrir-se sobre suas vulnerabilidades e inseguranças, um tema central que norteará a experiência na plateia.
A jornada de Solano como intérprete atinge um novo patamar quando ele se vê sozinho no palco pela primeira vez. Sem a companhia de outros personagens ou atores, ele confronta suas finitudes e tem a chance de aprimorar seu ofício. “Estar sozinho em cena foi uma montanha-russa emocional”, revela. Essa solidão, paradoxalmente, lhe proporciona novas percepções sobre o teatro e as complexidades do ato de atuar. “No palco, não há como escapar ou compartilhar o momento com outros. Isso me força a estar extremamente atento, necessitando enfrentar meus vícios e trabalhar nos aspectos que preciso evoluir como ator”, confessa. Embora essa etapa seja cheia de desafios, tem se mostrado extraordinariamente enriquecedora, tornando-o um profissional mais autêntico e maduro.
A peça resulta da colaboração com a dramaturga Isabel Teixeira, sua parceira na aclamada novela “Elas Por Elas”, e é dirigida por Miguel Thiré. Juntos, eles desenvolvem um processo inovador de criação, conhecido como “Escrita em Cena”. Este método busca estimular o ator a descobrir suas próprias narrativas através de exercícios de improvisação, promovendo uma sensação de “autoria”. O ator tem a liberdade de criar e recriar o texto, transpondo suas impressões para o palco. As gravações dos exercícios realizados por Mateus serviram como base, sendo transcritas por Isabel, que capturou a essência de sua performance, permitindo que se tornasse a voz de Augusto.
Para Isabel Teixeira, “Atores criam no ar da cena, onde cada vírgula representa uma respiração e cada palavra é vivida e internalizada no papel. Essa abordagem inovadora forma a base de ‘O Figurante’. Partimos dos improvisos de Mateus e, em seguida, mergulhamos na desafiadora e prazerosa tarefa de composição e estruturação dramatúrgica. A peça revela aquilo que normalmente permanece no anonimato do palco”, explica. A direção de Miguel Thiré marca uma continuidade da parceria com Solano, que já colheu sucesso em trabalhos anteriores. Nesta nova empreitada, Miguel assume o papel de “espectador profissional“, direcionando a performance de Solano, que nos brinda com a interpretação de um personagem que luta contra a invisibilidade em sua própria vida.
No centro do espetáculo, encontra-se a reflexão sobre o papel que cada um desempenha em sua própria biografia. Solano aspira que cada espectador saia do teatro questionando: “Qual papel você ocupa em sua história, enquanto se desdobra em várias funções para agradar os outros?”, provoca o ator. Embora a obra tenha um tratamento leve e bem-humorado, sua mensagem toca profundamente aqueles que estiverem dispostos a refletir sobre as escolhas que fazem e os papéis que assumem.
A metodologia de “Escrita em Cena” revelou-se uma das maiores descobertas para Solano. “No início, eu não apreciava a improvisação. Mas, ao ver as falas transcritas por Isabel, mal podia acreditar que aquelas palavras eram minhas”, compartilha. No palco, Solano se entrega totalmente ao seu corpo e à sua voz, fundamentais em uma apresentação onde os elementos são mínimos. “Este trabalho exige um grande esforço físico, por isso mantenho um rigoroso regime de exercícios para estar preparado”, explica. Contudo, a narrativa é construídas através da mímica e da imaginação do público, permitindo que cada cena ganhe vida a partir da simplicidade. Essa entrega total ao palco e ao público transforma “O Figurante” em uma experiência visceral e autêntica, onde Solano brilha em sua performance emocionante.