Saúde

Maíra Cardi: Como Identificar Sangramentos que Podem Sinalizar um Aborto Espontâneo?

A influenciadora e empreendedora Maíra Cardi, de 41 anos, compartilhou uma notícia triste com seus seguidores nas redes sociais na quinta-feira, 2 de novembro. Ela revelou que sofreu um aborto espontâneo na terceira gestação, referente ao bebê que esperava com o coach financeiro Thiago Nigro, de 34 anos. Em um vídeo emotivo, Maíra relatou que havia apresentado sangramento nos dias anteriores e, ao se submeter a um exame médico, recebeu a devastadora confirmação de que não havia mais batimentos cardíacos.

Durante seu relato, Maíra explicou que o coração do bebê pode ter parado de bater no dia 31 de dezembro, mas, até o momento, os médicos não conseguiram determinar a causa do aborto espontâneo. Esse tipo de perda gestacional é uma realidade que afeta muitas mulheres e gera perguntas sobre suas causas e consequências.

Mas, o que realmente leva a um aborto espontâneo? Segundo a Cleveland Clinic, um renomado centro médico americano, anormalidades cromossômicas são responsáveis por cerca de 50% dos casos de aborto espontâneo, especialmente no primeiro trimestre da gestação. Essas anormalidades referem-se a problemas nos cromossomos, que são essenciais para a formação e desenvolvimento do feto. Além das anomalias cromossômicas, existem diversas outras condições que podem acarretar a perda do feto, incluindo infecções (causadas por vírus, bactérias ou até protozoários), desequilíbrios hormonais, dificuldades na implantação do óvulo fertilizado no revestimento uterino, anormalidades na estrutura do útero, além de fatores de estilo de vida como tabagismo e consumo de álcool. Outras questões sérias que também podem impactar a gravidez são doenças endócrinas, como diabetes descontrolada ou problemas na tireoide, além do uso de certas drogas que interferem no desenvolvimento embrionário.

A idade da gestante também desempenha um papel importante nos riscos associados ao aborto espontâneo. Estudos indicam que as chances de perda aumentam com a idade da mãe; portanto, gestantes mais velhas enfrentam um risco elevado. Estima-se que entre 10% e 20% de todas as gestações conhecidas terminam em aborto espontâneo, sendo que aproximadamente 80% desses casos ocorrem nos primeiros três meses de gravidez, enquanto menos de 5% acontecem após a 20ª semana de gestação.

Uma dúvida comum entre muitas mulheres grávidas é se todo sangramento durante a gestação indica um aborto espontâneo. Os sintomas podem variar bastante entre as gestantes, mas em geral, o sangramento vaginal, que oscila entre manchas de sangue vermelho-vivo ou escuro e sangramentos mais intensos, pode ser um sinal preocupante. A presença de dor abdominal e cólicas semelhantes às do período menstrual também é um sintoma a ser observado. Entretanto, é crucial destacar que o sangramento inicial nem sempre é sinônimo de aborto. Estima-se que até 25% das mulheres grávidas tenham algum tipo de sangramento no início da gestação, e muitas vezes, isso não compromete a evolução da gravidez. Contudo, sangramentos mais volumosos, especialmente se acompanhados de dor, elevam o risco de um aborto espontâneo.

A ginecologista Helga Marquesini, do Hospital Sírio-Libanês em são paulo, enfatiza a importância de sempre buscar avaliação médica ao notar qualquer tipo de sangramento durante a gestação, para verificar a evolução da gravidez e determinar as melhores condutas a serem tomadas. Entre as orientações, ela menciona que mulheres com tipo sanguíneo negativo e risco de gestar um feto Rh positivo devem receber imunoglobulina anti-Rh para evitar complicações.

Além disso, as especialistas alertam que, mesmo pequenos sangramentos, já conhecidos como “escapes”, podem ser um sinal de alerta e justificar uma visita ao médico. Carlos Moraes, ginecologista e obstetra, reforça que os sangramentos no primeiro trimestre devem sempre ser avaliados, independentemente da quantidade.

Dentro desse contexto, a questão do uso de progesterona surge, já que Maíra revelou ter utilizado esse hormônio para tentar evitar o descolamento da placenta e a interrupção da gestação. A progesterona é um hormônio fundamental para a manutenção da gravidez, e seu uso em certas situações pode ser eficaz na prevenção de perdas, especialmente em mulheres com histórico de abortos recorrentes. No entanto, é importante notar que nem todos os sangramentos estão relacionados à insuficiência de progesterona. Assim, um acompanhamento médico cuidadoso torna-se essencial para entender as nuances de cada caso e determinar a melhor abordagem para a saúde da gestante e do feto.

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