Saúde

IPCA sobe para 0,52% em dezembro e encerra 2024 em 4,83%, superando a meta de inflação

Em dezembro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), o principal indicador da inflação no Brasil, apresentou uma elevação de 0,52%. Essa alta representa uma aceleração significativa em relação ao índice de 0,39% observado em novembro, refletindo um aumento de 0,13 ponto percentual no valor. Ao longo do ano, a inflação acumulada pelo IPCA alcançou 4,83%, superando em 0,33 ponto percentual o limite máximo da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tinha uma meta de 3% com um intervalo de tolerância de até 4,5%. Esse cenário de descumprimento das metas de inflação não é uma novidade, uma vez que fenômenos similares ocorreram em 2021 e 2022. Comparando com o desempenho do ano anterior, a inflação anual de 2024 apresentou um crescimento de 0,21 ponto percentual.

Os dados mais recentes foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 10 de janeiro, corroborando as previsões do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,5% para o mês de dezembro e um aumento acumulado de 4,8% em um período de 12 meses. A análise dos grupos que compõem o IPCA revela que Alimentação e Bebidas foi o principal fator impulsionador da inflação em 2024, com um aumento acumulado de 7,69% ao longo do ano, contribuindo com 1,63 ponto percentual para o índice geral. Os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (com alta de 6,09%) e Transportes (crescimento de 3,30%) também tiveram uma influência significativa, adicionando 0,81 ponto percentual e 0,69 ponto percentual respectivamente. Juntos, esses grupos foram responsáveis por cerca de 65% da inflação registrada durante o ano.

Entre os 377 subitens considerados na formação do IPCA, a gasolina teve o maior impacto individual, contribuindo com 0,48 ponto percentual devido a uma alta acumulada de 9,71% ao longo de 2024. O plano de saúde também representou um aumento expressivo, com variação de 7,87% e um impacto de 0,31 ponto percentual. Além disso, as refeições fora de casa apresentaram uma alta de 5,70%, impactando o índice geral com 0,20 ponto percentual. Destaca-se ainda o café moído, que apresentou um dos maiores impactos individuais na inflação de 2024, contribuindo com 0,15 ponto percentual e registrando impressionantes 39,60% de aumento ao longo do ano.

Ao mesmo tempo, houve desvalorizações em alguns itens mais voláteis que ajudaram a amparar a inflação. Por exemplo, as passagens aéreas registraram uma queda significativa de 22,20% durante 2024, gerando um impacto negativo de -0,21 ponto percentual. Itens como o tomate e a cebola também ver o preço reduzido substancialmente, com quedas de -25,86% e -35,31%, respectivamente, cada um contribuindo com uma redução de -0,07 ponto percentual no índice geral.

Para um entendimento mais claro do desempenho do IPCA tanto em nível nacional quanto regional, é importante analisar os números de dezembro. O Brasil apresentou uma inflação de 0,52% para o mês de dezembro. Regionalmente, observa-se uma variação considerável: Salvador registrou 0,89%, Goiânia teve 0,80%, enquanto são paulo e Porto Alegre mostraram aumentos mais modestos de 0,25% e 0,05%, respectivamente. Essas diferenças regionais são cruciais para entender como a inflação afeta cada área do país de maneiras distintas.

O cálculo do IPCA é uma tarefa complexa e envolve várias etapas. Primeiramente, o IPCA é baseado em uma amostra abrangente de produtos e serviços que refletem os gastos típicos das famílias brasileiras. Essa amostra, que inclui cerca de 400 itens, abrange categorias como alimentos, bebidas, habitação e transporte. Para medir a variação dos preços, o IBGE realiza pesquisas mensais em aproximadamente 30 mil estabelecimentos comerciais para coletar dados de preços e compará-los ao mês anterior. Os itens são ponderados de acordo com sua relevância nos orçamentos familiares, garantindo que o cálculo reflita a realidade da população. Em resumo, o IPCA acumulado é um importante indicador que monitora a inflação ao longo do tempo, sendo fundamental para tomar decisões econômicas e de políticas públicas no Brasil.

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