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“CEO do Carrefour França Rejeita Vendas de Carne do Mercosul; Governo Brasileiro Repudia Decisão”

O Carrefour, uma das maiores redes de supermercados da França, anunciou uma mudança significativa em sua política de compras de carnes, de acordo com declarações do CEO Alexandre Bompard. A varejista decidiu cessar a comercialização de carnes provenientes do Mercosul, uma medida que vislumbra facilitar a aprovação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), além de alinhar-se com a nova legislação de combate ao desmatamento promulgada pela região europeia.

No entanto, o Grupo Carrefour Brasil rapidamente esclareceu que essa decisão não afetará suas operações no território brasileiro. Em comunicado à imprensa, a empresa destacou que as práticas e políticas do Carrefour no Brasil continuarão inalteradas, reforçando sua posição no mercado nacional.

A nova lei antidesmatamento da União Europeia, que é objeto de intensas críticas por parte de produtores e autoridades de diversos países exportadores, incluindo o Brasil, estabelece regras rigorosas. A legislação visa proibir a importação de produtos provenientes de áreas desmatadas a partir de 2022, o que levanta preocupações sobre as implicações dessa norma para as relações comerciais do Brasil com a UE, especialmente considerando que tais restrições não são aplicáveis às áreas onde o desmatamento não está em vigor.

Reagindo às declarações de Bompard, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do Brasil emitiu uma nota oficial, na qual defendeu a robustez da agropecuária brasileira, ressaltando que o país está comprometido com a legislação e segue práticas agrícolas que atendem as diretrizes internacionais. O ministério enfatizou que o Brasil possui um dos sistemas de defesa agropecuária mais rigorosos do mundo, o que assegura a qualidade e a segurança dos produtos alimentícios exportados.

Na sua mensagem na plataforma X, Bompard expressou que a decisão do Carrefour de descontinuar a venda de carnes do Mercosul é uma resposta à “consternação e indignação” dos agricultores franceses a respeito do acordo de livre comércio. Ele também mencionou que a venda desses produtos poderia ditar resultados desfavoráveis para a empresa no mercado francês, visto que as carnes exportadas estariam em conformidade com as normas estabelecidas pela UE.

Adicionalmente, a Comissão Europeia propôs um adiamento na implementação da lei contra o desmatamento para entre o final de 2025 e meados de 2026. Tal adiamento visa permitir uma transição mais suave para as novas regras impostas, a fim de minimizar os impactos econômicos sobre os produtores e importadores do continente europeu.

Bompard ainda afirmou que seu objetivo é encorajar outros players do setor agroalimentar a se unirem em um movimento mais amplo de solidariedade, enfatizando a importância do estabelecimento de blocos comerciais robustos que ofereçam segurança aos criadores franceses. Ele destacou que, mesmo diante da possibilidade de mudanças de preços e volumes nas compras de carne com o Mercosul, o Carrefour permanece firme em seu compromisso de conformidade com esses novos requisitos.

O MAPA também expressou sua preocupação com o que acredita ser uma postura protecionista que distorce a realidade do mercado e dos produtos brasileiros, observando que as alegações de Bompard carecem de fundamentos técnicos que sustentem tais afirmações. O ministério salientou que não vê nenhum esforço coordenado por parte de empresas francesas para complicar a formalização do Acordo entre Mercosul e UE, um tema que está sendo debatido na cúpula do G20.

Reforçando sua posição, o MAPA reiterou a alta qualidade, sanidade e compromisso com a sustentabilidade dos produtos brasileiros. Com uma regulamentação ambiental rigorosa e a implementação de modelos de rastreabilidade aprovados pelos mercados europeus, o Brasil se mantém como um dos principais exportadores de carne bovina e de aves do mundo, com intercâmbios comerciais que abrangem cerca de 160 países.

O Ministério finalizou sua nota reafirmando a irrestrita dedicação da agropecuária brasileira à excelência dos produtos que gera, contribuindo, assim, para a segurança alimentar e nutricional não apenas do Brasil, mas do mundo inteiro.

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