Dicas de Bem-Estar

A Frequência das Fezes e Seu Impacto na Saúde: Descubra o Que Novo Estudo Revela

A frequência de evacuação exerce uma influência significativa sobre a saúde geral, indo além do simples desconforto de inchaço abdominal. Novas pesquisas indicam que essa frequência pode impactar o microbioma intestinal e o risco de doenças crônicas. Um estudo recente publicado na revista Cell Reports Medicine revela que participantes que evacuam entre uma a duas vezes por dia apresentam maior prevalence de bactérias intestinais que digerem fibras. Em contrapartida, aqueles que enfrentam diarreia ou constipação têm uma maior concentração de bactérias associadas ao trato gastrointestinal superior ou à fermentação de proteínas.

Os pesquisadores observaram que fatores como a idade, o gênero e o índice de massa corporal influenciam a frequência das evacuações. O estudo indica que pessoas mais jovens, as mulheres e aqueles com IMC mais baixo tendem a evacuar com menos frequência, o que levanta questões sobre o impacto da frequência de evacuação na saúde intestinal e nas doenças crônicas. Muitas pessoas que eventualmente recebem diagnósticos de condições como a doença de Parkinson ou doença renal crônica frequentemente relatam constipação anos antes da identificação da doença. Não ficou claro, entretanto, se essa constipação é uma causa ou uma consequência desses problemas de saúde.

Motivados por essa incerteza, os pesquisadores analisaram a relação entre a frequência das evacuações e variáveis como genética, microbioma intestinal, químicos no plasma sanguíneo e metabólitos sanguíneos, que são subprodutos do metabolismo. O estudo envolveu mais de 1.400 adultos saudáveis que participaram de um programa de bem-estar na Arivale, uma empresa de saúde em Seattle que operou entre 2015 e 2019. Os participantes, predominantemente brancos, forneciam amostras de sangue e fezes e respondiam a questionários sobre saúde e hábitos de vida.

As evacuações foram classificadas em quatro categorias: constipação (uma ou duas vezes por semana), normal baixa (três a seis vezes por semana), normal alta (uma a três vezes por dia) e diarreia. Os pesquisadores também identificaram uma conexão entre diferentes frequências de evacuação e compostos químicos no sangue. Por exemplo, subprodutos da fermentação de proteínas, como sulfato de p-cresol e sulfato de indoxil, que podem prejudicar os rins, mostraram-se mais elevados em indivíduos constipados. Além disso, níveis elevados de sulfato de indoxil correlacionaram-se com a redução da função renal, enquanto aqueles com diarreia apresentaram marcadores elevados de danos hepáticos e maior inflamação.

Os resultados sugerem uma possível relação entre a frequência de evacuação, o metabolismo microbiano intestinal e danos aos órgãos. Essa perspectiva é respaldada por especialistas que enfatizam a conexão entre a constipação e doenças crônicas, como a doença renal. Contudo, limitações no estudo indicam que mais pesquisas são necessárias para estabelecer uma relação clara de causa e efeito, visto que os dados se referem a um único momento e outros fatores podem influenciar esses resultados.

Ainda que a frequência de evacuação seja um indicador útil para a saúde intestinal, muitos especialistas concordam que a consistência das fezes pode ser uma medida ainda mais relevante para entender a saúde do trato gastrointestinal. A forma das fezes, indicando um tempo de trânsito intestinal mais prolongado ou mais curto, pode fornecer uma visão mais precisa da função digestiva.

A análise dos dados revelou que muitos participantes com frequência de evacuação normal tendem a ter estilos de vida saudáveis, como uma dieta rica em frutas e vegetais, boa hidratação e atividade física regular. A relação entre o microbioma intestinal e a função do corpo está em constante evolução, e embora os dados atuais ofereçam insights valiosos, ainda há muito a aprender. As recomendações não devem se basear apenas nesses achados prematuros, pois a busca por um “microbioma ideal” ainda está em andamento.

Por fim, especialistas e médicos sublinham a importância de fatores dietéticos na manutenção de uma boa saúde intestinal. A compreensão das interações entre as bactérias intestinais e a saúde em geral está se expandindo rapidamente, mas implicações diretas para modificações drásticas no estilo de vida ainda estão longe de serem estabelecidas de maneira definitiva. A pesquisa em saúde intestinal continua a se aprofundar, visando promover uma melhor compreensão das condições que afetam o trato digestivo e a saúde geral.

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